Polícia Civil descobre cemitério clandestino no interior da Paraíba

Restos de pessoas dadas como desaparecidas foram encontrados no local

 

Em operação contra integrantes de organizações criminosas que atuam na Paraíba, a Polícia Civil revelou a existência de uma espécie de cemitério clandestino com restos mortais de pelo menos três pessoas desaparecidas, na região entre os municípios de Lagoa de Dentro e Jacaraú. Batizada de Cérbero, a operação cumpriu, na madrugada de hoje (1º), mandados de busca e apreensão domiciliar na capital, João Pessoa, e nos municípios de Mamanguape, Jacaraú, Lagoa de Dentro e Pedro Régis.

 

Os agentes investigam os crimes de tráfico de drogas, homicídio, roubo, furto e receptação e também de ocultação de cadáver. Até o momento, foram apreendidas armas de fogo, três quilos de cocaína e dois de maconha, além de 19 veículos que tinham sido roubados.

 

De acordo com o delegado Walter Brandão, responsável pela operação, durante as investigações, a polícia verificou que tinha aumentado o número de homicídios nos municípios de Jacaraú, Pedro Régis, Lagoa de Dentro e Duas Estradas. Em seis meses, foram registradas mais de 12 mortes por homicídio na região, quando a média era de dois assassinatos.

 

No desdobrar das apurações, os policiais descobriram os restos mortais de pessoas, até então dadas como desaparecidas. Segundo o delegado, alguns dos homicídios eram citados nas redes sociais de integrantes das organizações criminosas.

 

“Conseguimos descobrir alguns daqueles corpos nesse local, situado na zona rural do município de Lagoa de Dentro. Ali funciona um cemitério clandestino. Algumas dessas organizações cantavam esses locais em músicas divulgadas em suas redes sociais”, disse Brandão, em entrevista coletiva para detalhar a operação.

 

O delegado falou também sobre a possibilidade de prática de tortura contra integrantes das organizações, especialmente mulheres. De acordo com Brandão, muitas jovens acabavam se envolvendo afetivamente com integrantes das organizações e sofriam punições quando contrariavam o interesse de algum dos membros.

 

“Muitas meninas se envolviam com esses integrantes e, quando contrariavam seus interesses, elas sofriam punições e torturas. Um dos métodos era efetuar um tiro na palma da mão como disciplina”, relatou. “Uma das jovens, que também é alvo de investigação, sofreu essa tortura no dia 8 de março deste ano”, acrescentou delegado, lembrando que, na data, é comemorado o Dia Internacional da Mulher.

 

As investigações começaram em outubro de 2021, por meio de serviços de inteligência policial e também através do Disque Denúncia. Além dos mandados de busca e apreensão, foram cumpridos mandados judiciais contra presos que já estavam detidos em unidades penitenciárias em seis cidades do estado. (Com informações da Agência Brasil)

 

www.valenoticiapb.com.br – Por Diário do Poder

 



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