Mamanguape (PB), cidade histórica, de filhos ilustres, completa 166 Anos

Tombada como cidade histórica, Mamanguape é mais uma cidade que revela as belas histórias do nosso país. A região fica na margem do rio que leva o mesmo nome, a 48 km de João Pessoa, capital da Paraíba. Ela abriga vários monumentos importantes, que formam o cenário maravilhoso da pequena cidade. Mamanguape que caminha para uma população de 50 mil habitantes.

 

Executivo

 

O Município é administrado pela Prefeita Maria Eunice do Nascimento Pessoa (Cidadania) e que tem como vice-prefeito o médico Zenóbio Fernandes Rodrigues de Oliveira.

 

Legislativo

 

A Câmara Municipal. “Casa de Senador Rui Carneiro” é composta por 13 Vereadores. O atual Presidente do Legislativo é Luiz Cornélio da Silva Júnior – Júnior da Padaria (Republicanos).

 

Demais Vereadores:

 

Antônio Máximo da Silva Neto – Neto da Saúde (Republicanos)

Antônio Carlos Souza da Silva – Antônio Carlos (Cidadania)

Raniery Oliveira Veríssimo – Rany Veríssimo (Cidadania)

Carlito Ferreira da Silva Filho – Lito de Pitanga (Republicanos)

João Belino e Silva Neto – Neto Belino (Cidadania)

Maria das Graças Ribeiro da Silva – Graça Ribeiro (Cidadania)

Edmilson de Paula Pinto – Irmão Mica (Republicanos)

Feliciano Fragoso dos Santos – Barra – (Cidadania)

Maria do Socorro de Oliveira – Maria da Saúde (PRTB)

Diego de Medeiros Peixoto Toscano Lyra – Diego Peixoto (Republicanos)

Guilherme Antônio de Andrade Fernandes – Guilherminho Fernandes (MDB)

Lenilton Oliveira de Lima – Irmão Lenilton de Camaratuba (Patriota)

 

Filhos ilustres

 

Cidade de localização estratégica, próxima do Litoral, ainda é berço de pessoas Ilustres como Carlos Dias Fernandes (escritor), Castro Pinto (governador da Paraíba), Padre Azevedo (inventor da máquina de datilografia), Flávio Clementino da Silva Freire, o Barão de Mamanguape (governador da província), José Fernandes de Lima (usineiro e governador da Paraíba), João Fernandes de Lima (usineiro e governador da Paraíba), Álvaro Carvalho (escritor e politico), padre Mathias Freire, Leonardo Filho (artista plástico premiado), dentre outros.

 

COMARCA

 

O Fórum recebe o nome de um dos filhos mais ilustres que a terra já deu, desembargador Miguel Levino de Oliveira Ramos. Localizada no Litoral Norte paraibano, a comarca de Mamanguape está entre as mais antigas do estado, ainda da época do Brasil Monárquico. E hoje se encontra sob o comando de cinco magistradas, que mostram dedicação para garantir a Justiça em dia.

 

“Quem emancipou a cidade foi o proprietário rural e político Flávio Clementino da Silva Freire, o Barão de Mamanguape, então governador da Província da Parahyba, em 25 de outubro de 1855”, conta o desembargador e escritor Marcos Cavalcanti de Albuquerque. De 2ª entrância, a comarca possui Juizado Especial Misto e três Varas Mistas, tendo jurisdição também nos municípios de Capim, Cuité de Mamanguape, Itapororoca e Mataraca. “Mas, houve uma época em que sua jurisdição era ampla, reunindo Jacaraú, Rio Tinto, Baía da Traição e até Areia”, relata o desembargador Marcos Cavalcanti, que, dentre suas 32 obras escritas – três especificamente sobre Mamanguape, incluindo “Poder Judiciário: História da Comarca de Mamanguape”, de 2011.

 

 HISTÓRIA

 

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): “Elevado à categoria de vila com a denominação de Mamanguape, pela lei provincial nº1, de 2301-1839. Sede na povoação de Mamanguape.”

 

O fato é que a segunda metade do século 18 foi a fase definitiva para o apogeu entre 1850 e 1905: De acordo com o livro Espaço e teatro: do edifício teatral à cidade como palco, a economia do município “cresceu assustadoramente entre os séculos XVIII e XIX em função da exportação e importação através do seu Porto de Salema”. No século XVIII já contava com casarões, sobrados e casarios revestidos por azulejos portugueses que desembarcavam diariamente no antigo porto. Com a atribuição de Vila, o município passou a fazer rivalidade direta com a Capital, visto que Mamanguape devido à sua localização estratégica com território vasto e rico para o plantio não só da cana de açúcar, passou à ter contato comercial direto com a praça do Recife (no vizinho Estado). O Eixo comercial e cultural entre Mamanguape e Recife que desde a colonização do Estado da Paraíba existira, estava mais forte do que nunca e para acrescentar, a Vila de Areia importante comprador e distribuidor no Agreste e Brejo do Estado fez laços para com as outras duas cidades. A Capital do Estado ficou excluída do Eixo comercial e cultural Recife-Mamanguape-Areia. Tal eixo, foi responsável por um fato curioso: Na década de 1850 Mamanguape tornou-se a primeira cidade do Estado a possuir um Teatro o “Santa Cecília” e Areia a segunda (ambas com peças teatrais regionais e da Europa).

 

Entre 1850 e 1905 Mamanguape possuía uma aristocracia rural muito promissora, ruas calçadas e iluminadas a lampião de azeite, comércio pujante de tecidos finos e mercadorias importadas, sobrados ornados com azulejos, famílias portuguesas e italianas e uma sociedade que se inspirava nos hábitos franceses.

 

Em 1859, mais precisamente em 27 de dezembro de 1859, D. Pedro II, imperador do Brasil, e sua comitiva de duzentas pessoas chegam à Mamanguape. A cidade os recebeu festivamente, sendo agraciado com as chaves da cidade e em seguida foi hospedado na casa do Dr. Antônio Francisco de Almeida Albuquerque (onde hoje funciona o Paço Municipal).

 

Vossa alteza visitou ainda alguns lugares durante sua visita ao florescente município, conforme nos explicitam Andrade e Vasconcelos (2005:p.87):

 

O Imperador se dirigiu à Igreja Matriz. Observou as imagens de madeira, lustres de baracá, a grande lâmpada de prata do sacrário e as tribunas pertencentes aos senhores de engenhos e comerciantes abastados (…). Em seguida, visitou a Igreja do Rosário, construída por negros escravos, e a cadeia pública. Procurou saber do tratamento que os presos recebiam, a qualidade dos alimentos, a higiene, o trabalho e o lazer. Esteve na Casa da Câmara, e dirigiu-se à escola primária de maior frequência. Ficou orgulhoso da turma, 55 matriculados, 42 presentes e 15 em aulas de Latim, (…) admirou-se com as aulas de latim em uma escola primaria (registrou em seu diário).

 

Quando regressou à Corte, o Imperador agraciou o Dr. Flávio Clementino da Silva Freire com o título de Barão de Mamanguape.

 

Mamanguape por ser rica em engenhos de cana de açúcar, utilizava-se bastante da mão de obra escrava. Consequentemente com a proibição da escravidão por princesa Isabel em 1888, o município passou a ter uma decadência no setor que mais o enriquecia. Outro fator preponderante para a decadência da promissora cidade foi o fato do assoreamento no rio Mamanguape durante seu percurso na cidade e em especial na foz do Rio Mamanguape que àquela época pertencia ao território mamanguapense: Foram muitas requisições de políticos e da população da região para o desassoreamento do importante rio, sendo citado que caso nada fosse feito, os arrecifes cada vez mais presentes na Barra de Mamanguape iriam impedir a entrada de embarcações. Antes disso acontecer-o que não demorou muito-a areia das margens do rio (que estavam cada vez mais desnudas devido ao plantio da Cana de Açúcar), levou o Porto de Salema a não ter condições de funcionamento. Por fim, a disputa de preço com o açúcar caribenho e o mais grave, a criação da Linha Férrea que mesmo com a importância inquestionável de Mamanguape e Areia as excluiu-que beneficiou Campina Grande e Guarabira foram os fatos finais para um processo longo de recessão e instabilidade no município que até então era a 2ª cidade mais rica da Paraíba.

 

A partir de 1924 a condição econômica passa a ser retomada com a Fábrica de Tecidos Rio Tinto, no distrito de Rio Tinto, e em 1940 a instalação da Usina Monte Alegre, no Vale do Mamanguape. Em 1953, a instalação da Agência Caixa Econômica e o abastecimento d’água. Em 1958, a Maternidade Nossa Senhora do Rosário e a iluminação da cidade, com o uso de energia elétrica. Em 1970, a BR-101, ligando João Pessoa – Mamanguape – Natal. A instalação de agências bancárias e Destilarias como Miriri.

 

Assim a cidade outrora abandonada e considerada decadente ressurge ‘das cinzas’, de acordo com Costa (2005: p. 49): “É o Mamanguape de hoje, que ainda não readquiriu o estágio da importância que tinha no passado, mas nos dá o presente testemunho que está lutando por seu antigo ‘status”.

 

Imagem acima. Fórum recebe o nome do Mamanguapense “Miguel Levino de Oliveira Ramos”. Foto: Ednaldo Araújo (TJPB)

 

Imagem acima. Desembargado Marcos Cavalcanti de Albuquerque, filho de Mamanguape, ex-Presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba. Foto: Ednaldo Araújo (TJPB)

 

Imagem acima. Família Fernandes de Lima (usineiro, comerciante), com sua participação do crescimento de Mamanguape, com o Senador Rui Carneiro

 

Imagem acima. Rio Mamanguape, enchente do ano de 2004

 

Imagem acima. “Lindolfo”, um dos jovens filhos ilustres de Mamanguape, Oficial do Exército Brasileiro, formado pela Academia Militar das Águas Negras (AMAN). Momento de sua formatura no Rio de Janeiro, em dezembro de 2017

 

Imagem acima. Benes Lindolfo, pioneiro na Comunicação de Mamanguape, foto da década dos anos 80 

 

www.valenoticiapb.com.br – Por Benes Lindolfo, fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre; endereço eletrônico, Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.



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