Igreja celebra o 58º Dia Mundial das Comunicações Sociais

Com a celebração do sétimo Domingo da Páscoa, que no Brasil é a Solenidade da Ascensão do Senhor ao céu, a Igreja celebra o Dia Mundial das Comunicações Sociais. A cada ano, para essa data, o Papa prepara uma mensagem para que todos os fiéis aprofundem esse assunto.

 

Confira o artigo do Cardeal Orani João Tempesta:

 

“Com a celebração do sétimo Domingo da Páscoa, que no Brasil é a Solenidade da Ascensão do Senhor ao céu, a Igreja celebra o Dia Mundial das Comunicações Sociais. A cada ano, para essa data, o Papa prepara uma mensagem para que todos os fiéis aprofundem esse assunto. O Papa Francisco se dirige, sobretudo, para aqueles que trabalham com a comunicação em geral.

 

O Dia Mundial das Comunicações Sociais é dirigido a todos que trabalham com comunicação, e inclusive os que usam dos meios de comunicação para falar em nome da Igreja. Inclusive os sacerdotes são comunicadores sociais, pois usam do microfone para falar em nome da Igreja aos fiéis. Cada batizado e batizada é um comunicador social pois, do mesmo modo que Jesus envia os discípulos para anunciar o Reino de Deus, Ele também nos envia, e quando anunciamos o Evangelho aos outros estamos comunicando.

 

No LVIII Dia Mundial das Comunicações Sociais, a mensagem do Papa Francisco para esse ano de 2024 é que devemos saber utilizar bem da inteligência artificial, não podemos substituir a inteligência ou a capacidade humana por máquina. O uso da tecnologia é bom até certo ponto, mas não podemos depender dela para produzir textos ou falar por nós: “Inteligência artificial e sabedoria do coração: para uma comunicação plenamente humana”.

 

O Papa Francisco alerta que é preciso usar sabedoria do coração para poder interpretar os textos e não utilizar a ajuda da inteligência artificial para isso. O mundo está se transformando cada vez mais rápido, não podemos usar a linguagem de tempos atrás nos dias de hoje. É preciso utilizar da sabedoria do coração para falar aos jovens dos tempos de hoje.

 

O Papa Francisco inicia a mensagem exaltando as grandes invenções que o homem já criou e como muitas delas foram benéficas para a humanidade. Ao longo do tempo, a população foi usufruindo de muitas invenções que foram criadas. Como, por exemplo, máquina de lavar, televisão, rádio, celular, entre outros. As coisas foram sendo criadas para se adaptar ao tempo presente.

 

A inteligência artificial está em alta nos últimos meses, até certo ponto ela pode ser benéfica para os homens, mas não podemos só depender dela para fazer pesquisa, produzir textos, criar imagens de pessoas, preparar homilias etc. Infelizmente algumas universidades ou escolas ao produzirem textos para plataformas digitais estão substituindo os livros e os professores por textos produzidos pela inteligência artificial. É preciso tomar cuidado com isso, pois não podemos substituir o material humano por tecnologia, além é claro de profissionais perderem seus empregos.

 

A preocupação é que, até mesmo entre os membros do clero, não preparar as homilias ou palestras que tenham que falar ao povo dependendo da inteligência artificial. A inteligência artificial deve ser uma ferramenta ou um meio para que nos ajude a escrever, mas não deve ser o fim último.

 

Outra preocupação do Papa é com o futuro da humanidade, qual o futuro da espécie conhecida como homo sapiens? Ou seja, qual o futuro do ser humano dotado de sabedoria dependendo da inteligência artificial?

No atual momento em que vivemos, envolvidos pela tecnologia e pela inteligência artificial, é necessário ainda falar ao coração humano, pois somente através do coração humano é possível compreender as transformações do mundo atual. Ao acolher a mensagem no coração o ser humano pode passar adiante a mensagem recebida, e desse modo poderemos realizar uma comunicação plenamente humana. Quando vamos transmitir uma mensagem ao outro temos que falar aquilo que está no nosso coração e atingir o coração do próximo. Temos que falar de coração a coração, pessoalmente, e não usar somente mensagens.

 

Infelizmente as pessoas não se encontram mais, muitas vezes na própria casa, os filhos ficam no celular ou no computador, e nem sentam mais a mesa para a refeição, ou se vão para a mesa carregam o celular. Numa sala de aula os alunos levam o celular e se os professores não ficarem cima querem usar o celular durante a aula. Até relacionamentos entre namorados ou até casais, querem se comunicar através do celular, ou a distância e preferem não se encontrar.

 

Portanto, a tecnologia é boa em alguns momentos, pode nos ajudar, mas não podemos ficar dependentes dela e nem deixar de conviver ou ter contato com os outros. Dirigir sempre palavras que aqueçam o coração do outro, não podemos deixar que a tecnologia ocupe o lugar do ser humano.

 

A sabedoria do coração é um dom do Espírito Santo, pois é Ele que nos inspira as palavras adequadas que devemos dizer ao próximo. Quando precisamos falar em público, sobretudo dar palestras em nossas paróquias, precisamos pedir a luz do Espírito Santo para que nos fale por nós e não ficar apenas recorrendo a inteligência artificial.

 

O Papa Francisco ainda diz nessa mensagem que cada coisa nas mãos do homem pode ser um perigo ou uma oportunidade. Ou seja, como dissemos acima, a internet e a tecnologia são boas e estão dispostas ao uso do homem, mas temos que saber usá-la. Do mesmo modo a inteligência artificial, para algumas coisas ela pode ser boa, até mesmo para pesquisarmos algum texto, mas não podemos ficar dependentes dela e nem deixar que a inteligência artificial ocupe o lugar do ser humano.

 

Reflitamos sobre a essência da mensagem do Papa Francisco para esse 58° Dia Mundial das Comunicações Sociais, não deixemos de nos comunicar e de nos encontrar com o outro, usemos com sabedoria e para o bem a tecnologia e a inteligência artificial. Amém.”

 

www.valenoticiapb.com.br – Por site da CNBB