Centro-Sul deve registrar alta anual de 7,5% na produção de açúcar na safra 2022/23

Embora as incertezas acerca do mercado de petróleo possam conferir suporte aos preços domésticos de combustíveis, as fixações de açúcar para exportação se mostram avançadas

 

Precipitações regulares no Centro-Sul brasileiro vêm contribuindo com o desenvolvimento dos canaviais a serem colhidos a partir de meados de abril. A StoneX espera que a temporada 2022/23 (abr-mar) totalize moagem de 565,3 milhões de toneladas – considerando que a área se mantenha relativamente constante e que o TCH médio dos canaviais tenha recuperação anual de 7,6%, para 73,4 toneladas/hectare. Vale ressaltar que, segundo análise do grupo, a maior taxa de renovação dos canaviais ainda pode pressionar a extensão a ser colhida no Centro-Sul.

 

“O acompanhamento climático nos próximos meses será fundamental para avaliar com maior assertividade o potencial produtivo dos canaviais em 2022/23”, pondera os analistas de inteligência de mercado do grupo, Marina Malzoni e Arthur Machado.

 

Entre outubro/21 e fevereiro/22, 732,2 mm incidiram na ponderação das áreas canavieiras do Centro-Sul, volume que supera a normalidade em 31,3%. No entanto, para o período entre março/22 e maio/22, os modelos climáticos do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) sinalizam menor volume de chuvas, que podem se posicionar de 50 a 100 mm abaixo da média histórica em algumas regiões de São Paulo.

 

É importante notar que a umidade dos solos ainda se mostra restrita em algumas localidades, sobretudo no Mato Grosso do Sul, Paraná e em parte das lavouras do oeste paulista, segundo monitoramento do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.

 

Em meio ao maior volume de chuvas até então, a StoneX manteve sua expectativa de ATR médio dos canaviais em 140,7 kg/t. Com relação ao mix produtivo, projeta-se que cerca de 45,5% da matéria-prima seja destinada à produção de açúcar entre abril/22 e março/23. “Embora as incertezas acerca do mercado de petróleo possam conferir suporte aos preços domésticos de combustíveis, as fixações de açúcar para exportação se mostram avançadas”, explica a analista Marina. Até o momento, mais de 76% da produção se encontra fixada na ICE/NY, contra 70% no ciclo anterior.

 

A produção de açúcar em 2022/23 deve se situar em 34,5 milhões de toneladas, representando alta anual de 7,5%. A destilação de etanol de cana, por sua vez, é projetada em 25,5 milhões de m³ (+5,6%). Especificamente, 16,5 milhões de m³ de hidratado (+17,2%) e 9,0 milhões de m³ de anidro (-10,7%) devem ser fabricados no acumulado da temporada.

 

“Passamos a considerar uma maior participação do hidratado no consumo de Ciclo Otto – estimativa que se baseia no viés altista para os preços da gasolina, ao passo que a recuperação produtiva no Centro-Sul poderá favorecer a competitividade do álcool”, afirma Marina. Nesta análise da StoneX, será importante avaliar as perspectivas para o mercado de petróleo, sobretudo em meio às tensões entre Rússia e Ucrânia, bem como o possível avanço das negociações referente ao acordo nuclear entre os EUA e Irã.

 

A produção de etanol de milho deve assumir maior destaque, sendo que as estimativas são de uma oferta de 4,2 milhões de m³ entre abril/22 e março/23 – alta anual de 18,9%. Tal perspectiva se baseia nos novos projetos para a ampliação da capacidade de destilação no Centro-Sul do país.

 

Safra 2021/22

 

Ao passo que a safra 2021/22 (abr-mar) se encaminha para o encerramento no Centro-Sul do Brasil, o mercado avalia qual será o volume de cana a ser processado em março – variável que será chave para a definição do resultado do ciclo corrente. A expectativa é de que a moagem de cana no período entre janeiro e março totalize cerca de 4,0 milhões de toneladas, já que a maior parte das usinas deve retomar suas atividades de colheita somente a partir de meados de abril.

 

Com base nisso, a StoneX reduziu em 0,2% sua expectativa para a moagem na safra atual, prevista para alcançar 525,6 milhões de toneladas – volume que representa retração anual de 13,2%. Em meio à estimativa de que o ATR médio dos canaviais se posicione em 142,4 kg/t e de que o mix açucareiro seja de 45,0%, a produção de açúcar pelo Centro-Sul deve se situar em 32,1 milhões de toneladas em 2021/22 (-16,5% no comparativo safra-a-safra).

 

A produção de etanol, por sua vez, é projetada para 27,6 milhões de m³, sendo 11,1 milhões de m³ de anidro (+14,4%) e 16,6 milhões de m³ de hidratado (-19,9%) – volumes que já consideram a oferta de 3,5 milhões de m³ do biocombustível produzido a partir do milho.

Fonte: StoneX

 

www.valenoticiapb.com.br – Por Portal do Agronegócio

 



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