Paciente recebe alta após 9 meses internado com Covid-19
Funcionário público de Santa Catarina passou por uma série de complicações desde setembro do ano passado
Nove meses e 16 dias. Esse foi o período em que o funcionário público Marcos Elias Jacobsen, de 58 anos, ficou internado no Hospital Dona Helena, em Joinville (SC), por complicações da Covid-19. Depois de uma série de reviravoltas, a tão esperada alta hospitalar veio na última quinta-feira (8).
– Eu nunca fui um cara pra baixo, mas nos primeiros meses no hospital eu fiquei muito abalado. Voltei a ser o que era só de alguns meses para cá – conta Marcos, que agora aproveita ficar em casa na companhia dos dois filhos e dos dois netos.
Depois de ter sido infectado pela Covid-19, o funcionário público foi internado em 22 de setembro de 2020 e foi intubado pouco depois, no dia 25 do mesmo mês. Ficou 58 dias em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), período que lembra muito vagamente.
– Minha esposa é quem lembra tudo – conta.
Quando voltou ao leito clínico, já no final do ano, Marcos teve uma trombose e precisou ser internado na UTI novamente, dessa vez por duas semanas.
– Foi o período mais complicado, porque ele saiu da UTI e estava começando a se recuperar. Então, teve essa piora – diz a esposa de Marcos, Silvia Jacobsen, de 54 anos.
Além de trombose, o funcionário público desenvolveu insuficiência renal, úlcera e teve os pulmões comprometidos por conta da Covid-19. A internação, além disso, ainda ficou marcada por uma carga emocional muito forte, já que Marcos foi internado enquanto estava de luto.
O funcionário público havia perdido um dos irmãos por complicações da Covid-19 poucos meses antes de ter sido internado.
– Quando fui para o hospital, caí no desespero. Eu chorava muito, porque lembrava ainda mais do meu irmão – conta.
Segundo Silvia, o período foi extremamente difícil, mas a fé os manteve lutando.
– A doença evoluiu muito rápido, enquanto a gente ainda estava vivendo o luto. Foi um desespero muito grande, mas a gente se apegou em ter esperança – diz.
Com o suporte da família e amigos, Silvia manteve uma rede de apoio que era informada com frequência sobre o quadro médico de Marcos e vibrava a cada melhora.
Ao lado de uma sobrinha de Marcos, além disso, ela também passou a postar atualizações sobre o marido em um perfil no Instagram, o que também foi comovendo outras pessoas em situação parecida.
– Agora aumentei meu grupo de amigos e sei que vou levá-los para o resto da vida – conta o funcionário público.
Bem-humorado, ele também se aproximou bastante da equipe médica do Hospital Dona Helena enquanto esteve internado.
– O carinho do pessoal me deixou muito marcado. E eu busco agradeço por isso. Eles foram fundamentais.
Mas a relação segue. Marcos terá de retornar ao hospital para renovar os curativos por um tempo e começará a fazer sessões de fisioterapia em casa para melhorar os movimentos dos pés e das mãos.
– O pessoal que trabalha comigo até fez uma vaquinha para pagar 3 meses de fisioterapia. Estou dando alguns passos com a ajuda de algumas pessoas. *AE
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